E como se dança em Gandu. A praça vira um salão popular, onde ninguém pergunta se você sabe os passos. Basta querer dançar. Há uma delicadeza nos pares que se formam, tudo ali é comunidade.
O São João de Gandu também é um tempo que desafia o tempo. Enquanto o mundo se apressa lá fora, ali dentro ele desacelera. Não porque não há modernidade, mas porque há um outro ritmo. As pessoas se encontram sem intermediação, falam olhando no olho, dançam sem registro no celular. É um tipo de presença rara, quase sagrada. Há silêncios que dizem mais do que os gritos — como aquele instante em que uma quadrilha se prepara para entrar na praça, e se escuta apenas o som das botas tocando o chão de forma ritmada. Ali há algo que não se explica, só se testemunha.
No São João de Gandu deste ano, a cidade se transformou em um verdadeiro palco a céu aberto, onde a tradição e a modernidade se encontraram em uma mistura vibrante de ritmos e emoções. As atrações musicais deram o tom da festa, começando na sexta-feira, dia 20, com Cavaleiros do Forró e Unha Pintada, que animaram o público com uma mistura envolvente de forró clássico e canções regionais. No sábado, 21 de junho, Saia Rodada, Eric Land e Herico Oliver subiram ao palco, trazendo uma energia contagiante que uniu o forró raiz ao piseiro, mantendo viva a alma da festa interiorana.
Essa edição do São João de Gandu consolidou a cidade como um dos principais polos do forró no Baixo Sul, provando que a festa interiorana é capaz de crescer sem perder sua essência, unindo passado e presente em noites memoráveis que deixaram o público ansioso para os próximos anos. O que fica para quem passa por ali em junho, é a sensação de ter tocado algo essencial.
SÃO JOÃO PELA BAHIA uma realização da 585 Studios, com apoio do Governo do Estado, através da Superintendência de Fomento ao Turismo – Sufotur.
