terça-feira, 26 agosto 2025

O céu do interior já não tem mais as cores dos fogos, mas o coração ainda guarda cada clarão de alegria

Chegou ao fim mais uma edição do Tradições Juninas, e o que fica é a certeza de que o São João continua sendo o maior e mais bonito encontro entre cultura, fé, memória e festa do povo baiano. Durante dias que pareceram eternos de tão intensos, cidades como Cruz das Almas, Castro Alves, Gandu e Irecê escreveram mais um capítulo vibrante dessa história feita de sanfona, abraço apertado e chão de terra batida.


Nas ruas enfeitadas com bandeirolas, nos palcos espalhados pelas praças e nos largos cheios de gente, o interior da Bahia viveu sua essência. Foram noites em que o tempo parecia desacelerar, como se o forró ditasse o compasso do mundo. Cada cidade, com sua identidade, trouxe para o centro da festa as raízes que nos tornam únicos — e uniu gerações em torno de um mesmo sentimento: pertencimento.

Em Cruz das Almas, as espadas cortaram o ar com seu estrondo ancestral, enquanto as famílias se reuniam em torno da fogueira como em um velho ritual sagrado. Em Castro Alves, a poesia e o forró dividiram o palco, emocionando quem vive o São João com alma de artista e coração de criança. Gandu foi puro calor humano — um povo que dança antes da música e sorri antes mesmo da festa começar. Já em Irecê, o sertão brilhou como estrela guia, mostrando que alegria e resistência caminham juntas sob o céu limpo e estrelado do São João.

Foi uma explosão de cultura, de reencontros, de sabores — com cuscuz, bolo de milho, licor, pamonha e saudade no prato. De danças agarradas, de fogueiras acesas e histórias contadas ao som do triângulo, da zabumba e da sanfona. Um tempo em que o interior da Bahia vira o centro do mundo — e o coração do Brasil bate no compasso do forró.

Agora, enquanto as cidades voltam à calmaria, o silêncio carrega um eco: o eco da festa que passou, mas permanece em nós. O São João não é só lembrança — é promessa. De que no próximo ano, a mesa estará posta, os balões subirão aos céus e o povo baiano estará mais uma vez de braços abertos para viver tudo de novo. Porque o São João no interior não termina. Ele apenas repousa na alma até junho chegar outra vez.

TRADIÇÕES JUNINAS, uma realização da 585 Studios, com apoio do Governo do Estado, através da Superintendência de Fomento ao Turismo – Sufotur.

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