O mês de junho transformou mais uma vez a Bahia num imenso arraial a céu aberto. Em cada canto do estado, a tradição junina ganhou vida entre bandeirolas, sanfonas, comidas típicas e, principalmente, gente celebrando suas raízes. Entre os destaques deste ano, Valença, no Baixo Sul, e Ibicuí, no Sudoeste, reafirmaram seus papéis como dois polos vibrantes de cultura, festa e memória afetiva.
As celebrações em ambas as cidades começaram ainda no dia 22 de junho e se estenderam com força total na noite de 23, marcando o ápice do São João com shows emocionantes, forte presença de público e uma organização que uniu tradição e inovação.
Valença: entre o sagrado, o forró e a força da ancestralidade
Depois de um dia 22 marcado por apresentações multiculturais, em que grupos de samba de roda, quadrilhas juninas e cortejos rurais deram o tom da festa em bairros como Orobó e Jequiriçá, Valença entrou oficialmente no clima junino na noite do dia 23 de junho. A Praça da República, coração da cidade, se transformou num imenso palco popular, reunindo milhares de pessoas sob um céu limpo e estrelado.
A primeira atração da noite foi a banda Xote Mais, que abriu os festejos com um repertório de forró romântico e animado. Em seguida, foi a vez de Jaldo Sem Retoque incendiar o público com sucessos como “Liga Lá em Casa” e “Volta”, combinando romantismo com batidas dançantes. O cantor desceu do palco, interagiu com os fãs e arrancou aplausos emocionados.
O encerramento ficou por conta de Walfredo, com um show que reverenciou o forró raiz e os ritmos nordestinos, em músicas que falavam de sertão, festas de rua e encontros familiares. Sua performance reforçou o sentimento de pertencimento e autenticidade que marca o São João valenciano.
A festa em Valença não se limita ao palco principal. Nos bairros de Bolívia e Guaibim, rodas de samba, rezas tradicionais e toques de candomblé compõem um cenário em que o sagrado e o profano convivem. A economia local também vibra com o evento: hotéis cheios, comércio aquecido, feiras populares e barracas de comidas típicas movimentam a cidade. É o São João que sustenta famílias, fortalece comunidades e mantém vivas tradições seculares.
E para quem perdeu a abertura, a festa segue até o dia 24 de junho, com mais shows, apresentações culturais, feiras e cortejos, reforçando que em Valença, São João é mais que música — é herança e celebração de identidade.
Ibicuí: tradição, modernidade e multidão em festa no Sudoeste
Na mesma noite de 23 de junho, a cidade de Ibicuí mostrou por que é reconhecida como a capital junina do sudoeste baiano. Com ruas lotadas, pousadas cheias e clima perfeito, a cidade reuniu milhares de turistas e moradores para uma sequência de shows que atravessaram a madrugada.
Quem deu o tom da noite foi o jovem sanfoneiro Peu do Acordeon, que emocionou o público com um repertório que uniu clássicos de Luiz Gonzaga e Dominguinhos a músicas autorais. O artista foi ovacionado tanto pelos mais velhos quanto pela juventude, que se conectou com suas raízes através do som do fole.
Na sequência, a consagrada banda Lordão transformou a praça num verdadeiro baile. Músicas como “Agora Chora” e “Paixão de Verão” embalaram a multidão em um show cheio de coreografias, efeitos visuais e interação.
A dupla Roby & Roger entrou em cena com um repertório romântico, reforçando o clima de nostalgia e paixão no ar. Fogos de artifício e balões complementaram o espetáculo, criando um momento de pura emoção. Para fechar a noite, a cantora Nathalia Galasans trouxe uma performance vibrante com mistura de forró eletrônico, piseiro e pop regional. Sua música “Vaqueirinha de Coração” foi o ponto alto, celebrada pelos fãs que aguardavam ansiosos por sua apresentação.
Ibicuí também vive um de seus melhores momentos econômicos durante o São João. Comércio aquecido, barracas lotadas, produção local valorizada, e uma ocupação hoteleira que movimenta toda a cadeia turística da região. Mas mais do que isso, a cidade vive um reencontro coletivo: filhos da terra retornam, famílias se reúnem, e o espírito junino renasce a cada canto, música e fogueira acesa.
E a festa ainda não acabou: Ibicuí seguirá com programação até o dia 24 de junho, e promete manter o ritmo com mais atrações, encontros e celebração popular.
O Projeto São João pela Bahia: quando a festa é também resistência
O São João de Valença e Ibicuí são faces diferentes de uma mesma celebração: a de um povo que transforma a cultura em festa, e a festa em identidade. Se em Valença o tambor e a reza ecoam da ancestralidade afro-baiana, em Ibicuí o fole da sanfona e o arrasta-pé unem gerações em uma alegria contagiante. E o projeto São João pela Bahia fez a cobertura desse dia festa!
Ambas as cidades mostram que o São João vai além dos grandes palcos. Ele vive nas esquinas, nos trajes feitos à mão, nos sabores da roça, nas músicas cantadas em coro e nas memórias que se renovam a cada ano. E como dizem por aí: quem vive o São João na Bahia uma vez, quer voltar sempre.
SÃO JOÃO PELA BAHIA é uma realização da 585 Studios, com apoio do Governo do Estado da Bahia, por meio da Superintendência de Fomento ao Turismo – SUFOTUR.