sábado, 21 junho 2025

São João 2025 em Cruz das Almas: O São João 2025 como templo da cultura nordestina

Cruz das Almas não celebra o São João — ela respira, vive e pulsa essa festa. Em 2025, mais uma vez, o município do Recôncavo Baiano mostrou ao Brasil que as raízes da cultura nordestina seguem mais vivas do que nunca. Entre o estalar das fogueiras e o som da sanfona ecoando pelas ruas, a cidade se transformou em um verdadeiro santuário junino, onde fé, festa, identidade e memória caminharam de mãos dadas por cada cantinho da cidade.


Durante cinco dias, Cruz das Almas se encheu de cores, cheiros e sons que falam direto à alma do seu povo. De longe se via a cidade vestida para o São João: bandeirolas tremulando no vento, casas enfeitadas com palha e flores de papel, vitrines em tons de vermelho e amarelo, e uma movimentação intensa que começava cedo e só parava com o dia clareando. Cruz não dorme em junho — ela celebra, e faz isso com a autoridade de quem carrega tradição no sangue.

A festa deste ano levou à Praça Senador Temístocles uma multidão vinda de todas as partes da Bahia e até de outros estados. Mas ali, mesmo entre os forasteiros, reinava o espírito cruzeiro: aquele orgulho quase silencioso de quem sabe que o São João da sua cidade não é qualquer festa — é uma instituição. Subiram ao palco grandes nomes do forró e da música popular nordestina. Cada apresentação foi um espetáculo à parte, mesclando romantismo, festa e aquele arrepio coletivo que só um forró bem tocado consegue provocar.

Mas, em Cruz das Almas, o São João não se faz só de palco. Ele se espalha pelas ruas, pelos bairros, pelos becos onde ainda se acendem fogueiras de verdade. Os bairros da Coplan, Suzana, Itapicuru e Areal viveram seus próprios arraiais, com festas menores, mas cheias de autenticidade. Lá, o samba de roda se encontra com o forró pé de serra, a zabumba conversa com a cuíca, e crianças ainda aprendem com os mais velhos a acender o fogo, assar o milho, amarrar os balões de papel.

Além das atrações musicais, o São João de 2025 foi marcado por eventos culturais paralelos, como o Festival de Sanfoneiros, oficinas de confecção de estandartes, rodas de conversa sobre religiosidade popular e apresentações de grupos de reisado e bumba-meu-boi. O Centro Cultural da cidade virou espaço de memória e afeto, exibindo exposições sobre a história das festas juninas no Recôncavo e homenagens a figuras históricas da cultura local.

Comer e beber, claro, também fizeram parte desse grande ritual. Nas barracas montadas em todos os cantos da cidade, o público se deliciava com pratos típicos preparados com o mesmo cuidado de gerações passadas: mungunzá cremoso, bolo de milho, aipim com carne do sol, pamonha, licor de jenipapo, jaca e pitanga — tudo produzido por famílias cruzeiras, que mantêm vivas receitas centenárias.

Ao fim da festa, quando as luzes do palco se apagaram e a fumaça da última fogueira ainda dançava no céu, restava um sentimento comum a todos: o de gratidão. Gratidão por viver um tempo em que, apesar de todas as mudanças e desafios, o São João continua sendo o coração do povo nordestino — e Cruz das Almas, sua batida mais firme.

Em 2025, a cidade não apenas fez uma festa. Ela reafirmou seu papel como guardiã de um Brasil profundo, alegre e resistente. E deixou uma certeza para quem participou: quem vive o São João de Cruz uma vez, jamais esquece.

SÃO JOÃO PELA BAHIA uma realização da 585 Studios, com apoio do Governo do Estado, através da Superintendência de Fomento ao Turismo – Sufotur.

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